Como viver a quarentena cultivando aprendo e estando bem no lugar em que estamos
A cada ano, o volume de informações que chega até nós aumenta exponencialmente. Temos mais trabalho para fazer, mais relatórios a entregar, mais vídeos para ver, mais séries para maratonar, mais lugares para ir, novas bebidas para provar, centenas de grupos com mensagens a visualizar e essa lista é interminável. Isso tudo colabora com uma tendência da sociedade moderna de tentarmos escapar de nós mesmo.
Desde muito novos, somos encaixados em um modelo no qual a produtividade é o foco da vida. Devemos ser produtivos o tempo todo, seja intelectualmente ou como força de trabalho. Assim, o que é socialmente aceito é que você esteja sempre “na correira”, vivendo freneticamente para alcançar um certo status, e como conscequência, não tendo tempo nenhum para olhar para si mesmo.
Mas 2020 chegou, e trouxe consigo uma situação que jamais poderíamos imaginar: uma crise de escala mundial causada pela pandemia do COVID-19. Escola e comércios fecham as portas, indústrias param sua produção, países fecham suas fronteiras e nós somos forçados a ficar em casa.
Viviktadeśasevitvam é um dos valores que Krishna (a personificação da consciência Divina) ensina a seu discípulo, o guerreio Arjuna, em meio ao campo de batalha de Kurukshetra, em um diálogo narrado no Bhagavad Gita. O termo se refere ao apreço por um lugar tranquilo. Já que estamos experienciando essa pausa em nossas vidas, é uma boa ideia que possamos tornar o ambiente que nos acolhe nesse momento, um lugar de harmonia, paz e tranquilidade, aonde podemos estar seguros para manter a nossa saúde física e mental. A casa não é um lugar inerte, ela tem vida, respira como você, suas paredes contam histórias. Porém é preciso estar atento para perceber o que a casa diz. Olhar para nossa casa, é também olhar para como estamos internamente, nosso estado emocional, como diz o mago Merlin no livro “O Caminho do Mago” de Deepak Chopra:
"Eu já vivi como você, e quando eu olhava para uma pessoa, tudo que via era uma forma de carne e osso. Mas depois de algum tempo, reparei que as pessoas vivem em casas que prolongam seu corpo: pessoas infelizes com emoções desordenadas vivem em casas desordenadas; pessoas felizes e satisfeitas vivem em casas arrumadas. Era uma simples observação, mas depois de algum tempo cheguei à seguinte conclusão: Quando vejo uma casa, estou na verdade enxergando mais daquela pessoa."
Ao terminar essa leitura, convido você querido(a) leitor(a), a caminhar pelos cômodos de sua casa, examinando com um olhar atento cada ambiente: a ordem das coisas, a iluminação, a disposição dos móveis, as marcas nas paredes, a louça na pia, os corredores, a forma como tudo se relaciona dentro da casa. E, aos poucos, veja quais são as mudanças que podem ser feitas para trazer mais harmonia para a casa. Não há regra, apenas faça as modificações que fazem sentido para você, que te fazem sentir bem. Cultive esse lugar tranquilo, Viviktadeśasevitvam, cuide com carinho desse espaço que de acolhe nesse momento de recolhimento.
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